Cirurgia Dermatológica
Cirurgia Dermatológica
A cirurgia dermatológica é uma área de atuação que abrange procedimentos na pele e tecido subcutâneo, unhas e cabelos. Os procedimentos podem ter diversas finalidades, como diagnósticas, terapêuticas, oncológicas e estéticas. Engloba toda a terapêutica invasiva envolvida na dermatologia.
A biopsia consiste na remoção de parte ou totalidade de uma lesão e fixação em formol, para posterior análise pelo patologista. As biopsias podem ser realizadas em diversas topografias, tanto na pele, como nas unhas, couro cabeludo ou mucosas. A importância do dermatologista está em identificar adequadamente a lesão ou qual parte da lesão trará maior rendimento e auxiliará ao patologista na definição diagnóstica. O dermatologista deve ter uma boa formação e experiência para juntar todas as informações clínicas, exames complementares e o resultado de uma biopsia para o diagnóstico final.
Muitos pacientes procuram o dermatologista para avaliação e remoção de lesões que consideram inestéticas. Posso remover? Devo remover? Vai ficar cicatriz? Um bom dermatologista deve saber identificar quais lesões são de remoção obrigatória e quais podem ser somente observadas. Lesões assintomáticas e benignas devem ser avaliadas em diversos fatores, como a sua constituição, localização anatômica e possível potencial de malignidade. Esses fatores devem ser considerados antes da remoção, tendo em vistas o potencial de cicatrizes inestéticas e outras complicações do procedimento.
Para todas as lesões consideradas invasivas ou malignas, o tratamento de escolha é a remoção cirúrgica, com margem de segurança, que depende do subtipo histológico do tumor. Algumas áreas na face necessitam de cirurgias complexas que envolvam a confecção de retalhos ou de enxertos. O conhecimento da anatomia musculatura, da inervação e dos vasos sanguíneos é item fundamental para uma cirurgia de sucesso.
A onicocriptose (unha encravada), é quando a ponta da unha literalmente penetra na pele a sua volta. Quando a unha “encrava”, causa dor, inflamação e impossibilidade de usar calçados fechados. A técnica cirúrgica mais efetiva depende do formato da unha, da profundidade e da quantidade de tecido ao redor da unha. Muitos casos apresentam recidiva mesmo após diversos procedimentos, sendo então necessário técnicas mais avançadas.
Algumas deformidades necessitam de abordagem específicas, com cirurgias mais complexas do que uma simples cantoplastia (cirurgia do canto da unha), é o caso da unha em telha. O aparelho ungueal também pode ser acometido por diversas patologias, tanto benignas como malignas. Dentre as mais comuns estão o tumor glômico, cisto mucoso digital, onicomatricoma, carcinoma espinocelular e melanoma. Cada uma tem sua abordagem cirúrgica específica visando preservar a funcionalidade e a estética do aparelho ungueal.
O tipo e a forma de cicatrização são características individuais influenciadas por alguns fatores: tipo de cirurgia, local anatômico, cuidados pós-cirúrgicos e genética. Mesmo que todas as medidas técnicas sejam cumpridas à risca, cuidados adequados com infecção e nutrição no pós-operatório, algumas pessoas não cicatrizam adequadamente, podendo evoluir com formação de retrações, cicatriz hipertrófica e queloides.
Pacientes com acne, geralmente sofrem com a “má cicatrização”, especialmente aqueles que manipulam as lesões. Formam-se depressões, atrofias, cicatrizes puntiformes na face, mesmo que a acne não seja tão severa.
Diversos procedimentos podem ser realizados, como a cirurgia em si, lasers, indução percutânea do colágeno com agulhas, peelings, entre outros. Nos queloides e cicatrizes hipertróficas, pode ser necessário a infiltração de medicamentos para reduzir a hiperproliferação do colágeno. Geralmente, para uma resposta satisfatória, é necessário combinar diversos procedimentos, e o resultado não é imediato, necessitando de mais de uma intervenção.
Existem diversos tratamentos orais e tópicos que amenizam a sudorese excessiva, mas muitos casos não respondem satisfatoriamente ou as medicações causam efeitos colaterais intoleráveis.
Um dos tratamentos mais realizados é a simpatectomia, realizada pelo cirurgião torácico. Essa técnica é altamente efetiva, mas em torno de 60% dos pacientes apresentam hiperhidrose compensatória (sudorese excessiva em outras partes do corpo). Tem ainda como desvantagem o fato de necessitar de anestesia geral e geralmente permanecem um dia internado.
Existem duas outras opções terapêuticas realizadas por dermatologistas, que igualmente atingem altos índices de satisfação dos pacientes:
Toxina botulínica: é um procedimento altamente eficaz e seguro, de desconforto leve na aplicação, com raríssimos efeitos colaterais. Porém, necessita de reaplicações a cada 7 a 9 meses. Pode ser aplicada tanto nas axilas, com mãos e pés, e na face (especialmente na testa). A toxina botulínica deve ser aplicada com cuidado, nos pacientes que realizam movimentos finos e delicados, como violinistas e tocadores de violão.
Lipossucção com curetagem da junção dermo-hipodérmica: Nesse procedimento cirúrgico, realizado sob meticulosa assepsia e em ambiente hospitalar, é realizado uma anestesia local tumescente, após, é feito duas pequenas incisões na borda superior e inferior da axila para introdução das cânulas e curetas, e então realizado a lipoaspiração e curetagem das glândulas sudoríparas dérmicas.
Possui um rápido tempo de recuperação, poucas complicações e sequelas cicatriciais mínimas. O resultado na maioria dos casos é definitivo, sendo eventualmente necessário tratamento tópico concomitante. Em cerca de 10% dos casos o resultado é insatisfatório e o procedimento necessita ser repetido.
O lóbulo da orelha tem relevante importância estética na face devido a secular tradição do uso de adornos e joias neste local. O número do tamanho destes é cada vez maior, fazendo com que a estrutura não suporte o peso desses adornos, originando alargamento e fendas no local de inserção dos brincos. Os lóbulos também sofrem com o processo de fotoenvelhecimento, perdendo sua elasticidade, tornando-se finos, alongados e enrugados com a idade, perdendo a capacidade de sustentação dos adornos. Mediante anestesia local, pode ser feito a correção da fenda, e técnicas de ancoragem que proporcionem maior firmeza e sustentação, prevenindo recidivas. Preenchedores como o ácido hialurônico também podem ser utilizados, restaurando o volume e a tonicidade, melhorando a aparência estética dos lóbulos.