Os perigos do bronzeamento artificial

Ter um corpo bronzeado é o desejo de muitas pessoas. A correria do dia a dia ou o tempo nublado, no entanto, atuam muitas vezes contra essa vontade. É aí que entram as clínicas de bronzeamento artificial, vendendo uma forma prática e segura de ficar com a cor do verão. Estudos colocam em cheque essa segurança e revelam que a técnica pode aumentar o risco de câncer de pele e estimular o envelhecimento do tecido por expor o corpo a raios ultravioletas (UV).

O melanoma é o tipo de câncer de pele mais comum em adultos de 25 a 29 anos e o segundo mais recorrente em adolescentes, segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. Ele atinge os melanócitos, células localizadas na epiderme responsáveis pela produção de melanina, ou seja, pela cor da pele. Seu desenvolvimento é estimulado pela exposição aos raios UV emitidos tanto pelo sol quanto pelas máquinas de bronzeamento.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a exposição em câmaras de bronzeamento aumenta em 70% as chances de câncer de pele.

Esse tipo de procedimento emite uma quantidade de 10 a 15 vezes maior de radiação ultravioleta do que o banho de sol.

A probabilidade do desenvolvimento de células cancerígenas é ainda maior quando se começa a realizar esses procedimentos na adolescência e no começo da vida adulta.

Nesses casos, o aparecimento do câncer pode ocorrer em idade precoce. Os resultam endossam a recomendação da Sociedade Americana de Pediatria, que sugere o mínimo de exposição aos raios ultravioletas para adolescentes e jovens.

Desde 2009, quando foram consideradas cancerígenas pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde, o uso de máquinas de bronzeamento foi proibido no Brasil. A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) depois que a IARC revelou que as câmaras podem aumentar em 75% o risco de incidência de melanoma. Nosso país foi o primeiro a assumir essa postura. As câmaras não poderão mais ser utilizadas para fins estéticos, assim como ficam proibidos também importação, recebimento em doação, aluguel ou comercialização desses equipamentos.

RISCOS

  • A radiação UV emitida pelas câmaras de bronzeamento pode aumentar os riscos de desenvolvimento de melanona em 75%, revelaram estudos realizados pela Universidade de Minessota, pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer e pelo grupo de pesquisa BMJ, três instituições norte-americanas. Além disso, os pesquisadores notaram que os riscos podem aumentar conforme a frequência das sessões e o tempo de exposição à radiação;
  • As câmaras de bronzeamento produzem dois tipos de raios UV: o ultravioleta A e o ultravioleta B. O UVB é um raio mais superficial e atinge apenas as camadas externas da pele e é o principal responsável pelas queimaduras. O UVA atinge camadas mais profundas. Segundo pesquisas, a exposição a ambos os raios pode estimular o desenvolvimento de câncer de pele;
  • A exposição constante à radiação UV gerada pelas máquinas pode danificar o DNA das células epiteliais e levar ao envelhecimento precoce da pele, conforme pesquisa do Departamento de Dermatologia da Universidade de Baltimore, dos Estados Unidos. Outro estudo diz ainda que 58% das pessoas que frequentam as clínicas têm queimaduras por causa do longo tempo em que permanecem dentro dos equipamentos.

Fonte: Dicas de Saúde, Vila Mulher e Portal Namu.